Brasil

PESQUISA: As desigualdades e o racismo mantêm-se no Brasil, mesmo após 130 anos da abolição da escravatura

Segundo o IBGE 2012, do total de 16 milhões de brasileiros na extrema pobreza, a grande maioria é negra ou parda

No dia 13 de maio serão completados 130 anos da abolição da escravatura. Após mais de um século da assinatura da Lei Áurea, será que a população negra brasileira tem realmente motivos para comemorar?  Segundo o IBGE 2012, do total de 16 milhões de brasileiros na extrema pobreza, a grande maioria é negra ou parda.

 

Às vezes parece que avançamos, mas sempre surge uma nova polêmica que aponta o contrário. “Negro pode andar com carro de luxo na rua ser ser considerado ladrão? Negros estão capacitados para compor o mercado de trabalho em igualdade de conhecimento e competitividade? Determinar cotas nas universidades e serviços públicos é justo?”, essas são algumas das questões que Liliane Rocha, Fundadora e CEO da Gestão Kairós, consultoria em Sustentabilidade e Diversidade vem lidando ao longo dos 14 anos que atua na área.

 

Avaliando alguns dados podemos dizer que o Brasil retrocedeu mais do que avançou em questões raciais. Atualmente, de acordo com o IBGE, entre a população negra, 9,9% é analfabeta, ao passo que entre a população branca, este número é de 4,2%. 130 anos após a abolição, o abismo social entre brancos e negros ainda é grande.

 

E as desigualdades não param por aí, mesmo com 51% de negros e negras, quando analisados, os poucos que conseguem ingressar numa universidade e se formam, ao chegar ao mercado de trabalho se deparam com outras dificuldades impostas pela raça. “Se considerarmos o resultado do perfil Social, Racial e de Gênero das  500 maiores empresas brasileiras, publicado pelo Instituto Ethos, nos anos de 2007, 2010 e 2016 notamos que os percentuais de empregabilidade de negros na alta liderança variaram pouco”, explica Liliane Rocha, Fundadora e CEO da Gestão Kairós, consultoria de Sustentabilidade e Diversidade.

 

Os dados do Instituto Ethos demonstram que em 2007, negros representavam 25% do quadro funcional e 3,5% do quadro executivo. Em 2010, negros eram 31,1% no quadro funcional e 5,3% no quadro executivo e, em 2016, nos quadros funcionais negros eram 35,7% e no quadro executivo 4,7%.

 

“Para que o Brasil seja um país competitivo, com empresas competitivas é essencial que todos tenham oportunidades de estar no mercado de trabalho. Como podemos ter um país desenvolvido com 51% da população tendo seu acesso às melhores oportunidades de estudos e empregos simplesmente vetadas? Nas universidades brasileiras, após os avanços na legislação o percentual de negros passou para cerca de 30%”, explica Liliane.

 

A especialista e empreendedora negra que atua há 14 anos apoiando empresas e instituições a adotarem práticas mais inclusivas em suas estratégias de negócios está à disposição para falar sobre os avanços e retrocessos da diversidade racial nos quadros corporativos, os 130 anos da Abolição da Escravatura e outros aspectos relacionados ao racismo e aos direitos da população negra no Brasil.

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